Mostra Pantalhaç@s ocupa praças e escolas de Campo Grande nesta segunda

A nona edição da Pantalhaç@s – Mostra de Palhaç@s do Pantanal – iniciou sua semana decisiva nesta segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, em Campo Grande, com uma agenda extensa que transformou escolas públicas, praças e o Teatro de Arena da Orla Morena em palcos vibrantes. O evento, que se estende até quarta-feira, dia 11, tem como objetivo principal disseminar a arte da palhaçaria, celebrando sua delicadeza, a força poética inerente e a profunda conexão com o dia a dia da população, prometendo uma sequência de encontros repletos de riso e reflexão em toda a capital.

A programação do dia 8 começou pontualmente às 9h com o espetáculo "TICTAC – Um Esquete sobre o Tempo", uma criação do duo Lucas Spirandelli e Wagner Pincela, vindos de Três Lagoas, que foi apresentado no Centro de Educação Unificada (CEU) Lageado. A peça oferece uma perspectiva filosófica e sensível sobre a passagem do tempo, inspirada no clássico poema "O Tempo", de Mário Quintana. Através de uma dramaturgia que coloca presente e passado em um divertido duelo, a dupla provoca o riso e a identificação do público com a euforia das partidas e o receio das despedidas, destacando o palhaço como um espelho magnético da condição humana.

Diversidade de expressões no início da semana

Simultaneamente, às 9h, o grupo Trupior, originário de Dourados, levou seu espetáculo "Fuzarca" ao CEU Noroeste, caracterizado pela interação direta com a plateia e pela reinvenção da energia do circo tradicional em uma performance contemporânea. Pouco depois, às 9h30, o palhaço Challito, de Nova Alvorada do Sul, cativou o público no CEU Lageado com "Vendê — Graça na Praça", uma apresentação singular que resgata a essência do artista viajante.

"É a sinceridade do palhaço que sustenta esse jogo. A menor máscara do mundo é a que mais revela", afirmou Challito, que vê na participação da Pantalhaç@s uma conquista pessoal e profissional, contribuindo também para a formação de novos públicos.

A performance de Challito utiliza a rua como fonte de inspiração para formar rodas, interagir com famílias, crianças e adultos, e "vender" não produtos, mas momentos de dramaturgia, poesia e conexão humana. Essa abordagem sublinha a importância da Mostra não apenas como vitrine artística, mas como um espaço de diálogo e reconhecimento para artistas que, como ele, vêm do interior e encontram na Pantalhaç@s um catalisador para suas carreiras e para o desenvolvimento da arte circense.

A agenda da segunda-feira seguiu à tarde, às 14h, com o Latin Duo, composto por artistas da Argentina e do Peru, que apresentou mais uma sessão de "Se Desconcierta el Concierto" na Escola Técnica Integrada (ETI) Iracema Maria Vicente. O espetáculo é uma fusão de música, trapalhadas, virtuosismo e caos cômico, que habilmente desconstrói o formato do concerto clássico, ao mesmo tempo em que estabelece uma relação afetuosa e divertida com a audiência. O encerramento do dia ocorreu na Orla Morena, às 19h, com o envolvente "Jerônimo Show", do Circo Caramba, de Americana, São Paulo, uma celebração da alegria, da música e da espontaneidade que tem marcado a trajetória do palhaço Jerônimo em diversos festivais pelo país.

Ato final da Mostra com clássicos e abordagem social

Os últimos dias da Mostra Pantalhaç@s prometem continuar a série de encontros memoráveis. Na terça-feira, 10 de dezembro de 2025, a programação retorna às escolas com novas apresentações de "TICTAC" e "Vendê – Graça na Praça", somando-se a "Saltimbembe Mambembancos", da Rosa dos Ventos, de Presidente Prudente, São Paulo, no CEU Lageado. A noite de terça-feira também contará com a energia de "Mix Dux", do Circo Dux, do Rio de Janeiro, no Centro Cultural da Juventude Olga de Andrade (CCJOG), e a aclamada comédia física "La Trattoria", dos Los Circo Los, de São Paulo, no Teatro Aracy Balabanian.

A grande final do festival está marcada para quarta-feira, 11 de dezembro de 2025, com o solo "Desajustada", da artista catarinense Vanderleia Will, da Cia Pé de Vento. Apresentado no Teatro Prosa SESC Horto, com classificação indicativa de 14 anos, o trabalho mergulha nas camadas simbólicas e reais que frequentemente aprisionam as mulheres, explorando o riso como uma potente estratégia de libertação e empoderamento.

Este projeto cultural robusto é fruto da colaboração entre o Circo do Mato e a Flor e Espinho Teatro, e foi viabilizado por meio dos recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), iniciativa do Governo Federal através do Ministério da Cultura (MinC), operacionalizada pelo Governo de Mato Grosso do Sul, via Fundação de Cultura de MS.